segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Jardim Japonês de Rochas



Há uma certa calma que nos invade quando contemplamos um Jardim Japonês bem montado. Embora seja difícil a definição de um elemento específico como fonte de origem dessa sensação de paz, acredito que a aparência sólida e equilibrada das rochas ali existentes seja o principal fator que nos proporciona essa sensação de paz e equilíbrio. Isso não deve ser surpreendente, pois o jardineiro japonês utiliza as rochas como verdadeiros pilares em seu jardim, sendo as plantas apenas decorações.
Curiosamente, o Jardim mais visitado no Japão, é inteiramente composto por rochas. Trata-se do Ryoan-ji. A única coisa viva ali existente é o musgo que nasceu entre as rochas. Este jardim é um “clássico” que demonstra a importância das rochas no contexto de jardim japonês.
O Ryoan-ji Jardim Zen, em Quioto, Japão foto por Katsuhiko Mizuno

No entanto, sempre que tentamos recriar aquela atmosfera oriental em nossos jardins, ficamos desapontados com os resultados, pois percebemos que somos incapazes de produzir essa sensação de calma e serenidade e que nossas disposições de pedras parecem um tanto desconexas e confusas entre si. A aura existente em um jardim japonês parece inatingível nesses momentos.

As regras básicas
As regras para se colocar pedras no jardim são velhas e não são poucas. Não é de se surpreender que nós, ocidentais modernos, não nos sintamos em contato com as sutilezas existentes em uma forma de arte com 2 dois mil anos de idade. Mas isso não significa que não possamos aprender essas técnicas. O verdadeiro espírito do Jardim Japonês, com tantas facetas da Arte Zen, encontra-se totalmente baseado nas regras e ritos do modo de vida japonês. Basta aprender algumas das regras que se aplicam à colocação de pedras e algumas das formas mais comuns de se fazer isso que conseguiremos finalmente, obter um jardim que nos transmita a verdadeira sensação de serenidade e paz absoluta.

Vejamos alguns conceitos básicos....

A Era Nara
O primeiro agrupamento de pedras que surgiu no Jardim Japonês foi o shumisen. Este estilo foi (a exemplo de diversas outras coisas, quando o assunto é Jardim Japonês) uma representação simbólica, neste caso, da lendária montanha situada no centro do universo, onde Buda habita à pedra principal e seus discípulos às pedras ao redor. Este é um estilo de pedragismo muito antigo, que foi utilizado no período Nara (645-781 DC), sendo que depois desse período deixou de ser utilizado.

A Era Heian
Durante o período Heian (781-1185 DC), uma antiga lenda chinesa contava sobre a Ilha da Eterna Juventude e essa lenda começou a encontrar reflexo nos lagos ornamentais das classes mais abastadas existentes na época. Este estilo de pedragismo compreende uma ilha principal (Horai) e três ilhas menores (Hojo, Eishu e Koryo). As rochas utilizadas nessas montagens eram altas e em sentido vertical, pois tinham a função de representar a Morada dos Imortais que é Inatingível.
Este estilo de pedragismo denota ampla influência do estilo chinês e demonstra a forte influência exercida por esse país na cultura japonesa da época.
No entanto, paralelo a esse estilo, o estilo shumisen ainda continuava evidente, trazendo uma representação do Buda nas pedras de três Deuses (e não quatro conforme citado acima).Esse estilo, onde adotamos o uso de três pedras, denota uma divindade muito mais ligada à cultura do Japão, utilizando-se de diversos nomes diferentes para descreve-la, conforme o uso específico.

Agrupamentos de rochas no Estilo Clássico Japonês
Para os nossos propósitos, podemos dividir o estilo clássico do uso de rochas no jardim japonês da seguinte forma:
Buda de Pedra (buhtsu Mida), a pedra do sexo masculino
Deusa de Pedra (Kwannon), a pedra do sexo feminino
Criança de Pedra (Seishi).
Este é o estilo clássico de disposição de rochas no jardim japonês em que se deve confiar e é sobre esse grupo de rochas que as demais pedras existentes no jardim, posicionam-se como Guardians

Os jardins da rocha de templos
À medida que caminhamos para a Eras Kamakura e Muromachi (1186-1573 DC), chegamos ao que foi realmente o ponto alto da utilização de rochas naturais no contexto de jardim japonês. Os três deuses tornaram-se muito mais importantes, assim como os jardins em volta de templos tornaram-se o tipo mais predominante de jardim.
Houve um movimento para imitar o estilo Sung – (popular na época) - de pinturas monocromáticas, fazendo uso de montanhas combinadas aos lagos de jardim, formalizando-os para acomodar essa alteração. Outro desenvolvimento deste período foi o Estilo Cran (Garça Azul) e o estilo Ilha da Tartaruga. Estes animais ganharam uma abordagem mítica de símbolos da longevidade e os dois juntos simbolizam longa e feliz existência. Estes grupos devem ser colocadas em água (ou em suas proximidades).

Outra característica dos jardins de pedras que ornamentavam os templos foi o uso de santos budistas (butsubosatsu). Este é um estilo muito complexo de disposição, que achamos melhor deixar nos jardins dos templos (como é no Japão), no entanto, fazemos uma referência à sua existência para demonstrar o quão complexa pode ser a simples colocação de pedras. Para se ter uma idéia, com relação ao estilo butsubosatsu, apenas aos níveis mais altos do clero budista eram qualificados para construir e interpretar estes jardins.

Além dos jardins dos templos
Os períodos posteriores não acrescentaram muito aos estilos de pedragismo até então praticados. . O período Momoyama, na verdade, inaugurou o uso de cortes de pedras para a confecção de pontes e caminhos e trouxe também um razoável aumento da utilização de ornamentação, afastando-se do aspecto natural dos períodos anteriores. Embora a Era Edo, que veio a seguir, tenha trazido de volta alguns conceitos utilizados pelos estilos mais antigos, percebemos ainda uma tendência do avanço da Ornamentação como foco central do jardim japonês.
 
Estes são os grupos mais formalizados e não são necessariamente representativos para a maioria dos estilos de pedragismo aquí abordados, mas constituem geralmente os elementos centrais de um jardim japonês, interligando-o ao restante do conjunto. Vamos agora olhar para as formas mais básicas de pedragismo e suas aplicações no conceito de jardim japonês.


Existem cinco tipos básicos de pedras
Existem cinco tipos básicos de pedragismo utilizados em jardins japoneses. Podem ser utilizados em milhares de combinações diferentes, mas com a compreensão destes tipos básicos e alguns de uso comum, poderemos encontrar as disposições mais acertadas para os nossos jardins.

I - Pedra da Alma
O primeiro tipo é a pedra vertical, também conhecida como Pedra da Alma (Reishoseki). Esta é uma pedra com orientação vertical (aponta para cima), base larga e um topo cônico. Esta é uma pedra muito comum no estilo Jardim Japonês, sendo que sua pedra Guardiã (Shu ir Seki) é geralmente um vertical baixa.

II - Pedra do Corpo
A pedra que veremos a seguir é a Pedra Alta, ou Pedra Corpo (Taidoseki). Esta é outra pedra ereta que, muitas vezes simboliza uma pessoa ou um deus. A base é apenas ligeiramente maior do que o topo. Esta é uma pedra que deve ser cuidadosamente colocada, já que é a pedra mais alta no grupo principal e determinará o fluxo do jardim (ponto focal). Geralmente, esta pedra é colocada por trás de outras e nunca na frente.

III – Pedra do Coração
A pedra lisa, ou coração de pedra (Shintaiseki), é uma pedra de extrema utilidade. E como o nome indica, trata-se de uma pedra plana com forma de trampolim. Em um arranjo complexo, é geralmente utilizada como elemento central de harmonização e na simplificação da composição, auxiliando a fluidez das pedras verticais com as linhas horizontais da terra ou da água. Adota uma posição de reverência, adoração em relação a uma pedra principal e por isso é também chamada Adorando (Rei hai Seki) e é sempre uma pedra lisa.

IV- Pedra Braço
A pedra Arqueada é frequentemente chamado de Pedra de ramificação (Shigyoseki) e corresponde aos braços. Esta pedra é a exceção à regra, com um topo plano, mais amplo do que a base. Esta é uma pedra difícil de selecionar corretamente, pois se o topo é muito grande, a pedra parece instável e o arco transmite uma energia arrebatadora que deve ser cuidadosamente equilibrada, para trabalhar no jardim. No entanto é uma pedra extremamente útil, pois é usada para amarrar duas pedras horizontais com duas verticais, bem como reunir grupos de pedras com ramos das árvores.

V- Pedra Caranguejo:
Nosso pedra final é a pedra Reclinada (em decúbito) ou a Pedra Caranguejo(Kikyakuseki). Em altura, ela varia entre a pedra lisa e a pedra arqueada, mas nunca será tão baixa como a primeira ou tão alta quanto a segunda. Uma de suas extremidades também deve ser maior que a outra. Corresponde a um ajuste fino em termos de pedra, e deve ser colocada em primeiro plano para unificar outras pedras, com extremo cuidado.
Estas pedras base citadas acima, poderão ser utilizadas em um grande número de combinações e são muitas vezes combinados com a ajuda de outras pedras ou elementos descartáveis. Dois a três grupos de pedras são a norma básica e podem ser combinadas para criar pontos focais maiores.
Mantenha atenção nesses detalhes:

Vimos diversos tipos de pedras e as combinações que devemos usar para desenvolver o verdadeiro espírito de um jardim japonês. Agora veremos as coisas que deveremos sempre observar para obedecermos fielmente às normas e preceitos pregadas por esse estilo de jardinagem e paisagismo.

Devemos evitar as três pedras ruins, a saber :

I - A Pedra Doente (com a parte superior deteriorada ou deformada)
II - A Pedra Morta (uma pedra que é de uso óbvio na vertical e é utilizada na horizontal, ou vice-versa. No Japão, diz-se que seu uso é “tal como levantar um cadáver”.
III - A Pedra Indigente (uma pedra que não está relacionada com outras pedras existentes no jardim).

Alem disso:
• Nunca coloque uma pedra cuja linha axial seja perpendicular a qualquer edifício próximo. Isso é conhecido como "cortar a linha" e é um dos piores erros que se podem cometer segundo algumas linhas da escola feng shui.
• Nunca defina uma pedra maior que o beiral do telhado de uma casa pela mesma razão.
• Nunca utilize pedras que foram obviamente cortadas ou quebradas.
• Nunca use rochas com a parte superior maior do que a base, a pedra de arco, é a obviamente uma exceção à regra.
• Não coloque grandes rochas perto de uma varanda ou alpendre (a sabedoria oriental diz que isso atrai más vibrações).
• Em suma, procure ser tão refinado quanto possível, ao fixar às pedras.
• Use o mínimo de rochas para obter o efeito que você está procurando, tendo em mente o fluxo do jardim.
• Procure determinar à colocação das pedras antes de plantas, mas se estiver utilizando usando uma árvore ou jardim pré existente, leve isso em consideração para a fixação pedras.
• A regra mais importante de harmonização com pedras é a regra da separação. Pedras agudas devem ser definidas como penhascos e pedras suaves devem ser fixadas perto da água. Esta regra define o uso de uma rocha com o espírito adequado para a localidade pretendida. Siga isto e você irá se dar bem.

Uso de Escadas e Cascalhos em Jardim Japonês
• As combinações mais comuns são de dois ou três degraus em espaços menores e de três a quatro em espaços maiores.
• Os caminhos simbolizam a passagem através da vida e quaisquer pedras situadas no caminho devem traduzir um significado.
• Uma pedra ampla em relação ao conjunto de todo o caminho nos diz para colocarmos os dois pés juntos, parando para apreciar a vista.
• Duas pedras de pé são sempre encontradas nas entradas e conjunturas nas vias.
• Tapetes de Pedra são exceção à regra sobre pedras cortadas. Longas secções de estrada podem ser inteiramente construídas com pedras retangulares cortadas , compreendendo-se por si só, um sentido paralelo no caminho.
• Essas pedras são chamadas de Pedras de Poesia, porque lembram poemas dobrados e colocados ao pé de cerejeiras (velho costume japonês), razão pela qual, essas árvores são muito bem vindas ao longo do caminho.
• Basta captar o fluxo existente no jardim, que os posicionamentos entre as pedras estarão em seus devidos lugares.

Nós adquirimos uma grande quantidade de informação aqui. Achar que podemos reter todo esse ensinamento é surreal, e mesmo que pudéssemos, a paisagem resultante, provavelmente, ainda não seria natural.
Mas iniciei dizendo que, seguindo às regras aquí expostas, poderíamos obter algo muito próximo de um autêntico jardim japonês, e isso é verdade!
Mas o jardim verdadeiramente bem sucedido, será aquele onde exista fluidez de espaços e onde existam pedras que se encaixem realmente naquele jardim.

Por essa razão, nossa primeira Lei de Jardinagem é:

"O jardim é o seu guia!".

Traduzido e adaptado do artigo “Japanese garden design principles – The Helpfull Gardner” e “El Jardin Japones de Rocas de Raúl Faramiñan Gilbert”

Seu Editor Aquablog

domingo, 25 de outubro de 2009

As plantas aquáticas no contexto da Botânica - por Miguel Pandini


Introdução
Todo Aquarista, seja iniciante ou veterano, lidando com seus peixes ou plantas aquáticas, às vezes se depara com uma situação peculiar: a identificação precisa dos seres vivos os quais está criando ou cultivando. Quando falamos em identificação precisa, nos referimos ao seu nome científico, acompanhado de sua posição taxonômica, ou seja, sua posição dentro da grande escala de classificação dos seres vivos. Mas, o que seria isso, para nós, Aquaristas? Não seria mais conveniente, e menos trabalhoso, se conhecêssemos nossos peixes e plantas apenas pelos seus nomes vulgares?
Histórico
Chamamos Sistemática ou Taxonomia a área da Biologia que cuida da identificação dos indivíduos e de seus respectivos agrupamentos, sendo estes os mais conhecidos o gênero e a espécie. Mas, esse ramo da ciência é praticamente recente.
Desde a antiguidade até fins do século XVII, os seres vivos eram classificados arbitrariamente, pois não havia um critério de consenso que determinasse qualquer característica em comum entre eles. Cada cientista empregava seu método, resultando em algo bem pior do que listagens de nomes vulgares.
Somente no século XVIII, o naturalista sueco Carl Von Linné, que depois ficou mundialmente conhecido como Linnaeus, elaborou um criterioso sistema de classificação, baseado no conceito de espécie formulado pelo inglês John Ray no final do século anterior, que classificava os seres vivos de acordo com a sua semelhança a diversos tipos preestabelecidos. Em meados do século XIX, com a descoberta dos cromossomos e dos genes, e conseqüente confirmação da Teoria Evolucionista de Charles Darwin, o sistema foi definitivamente aperfeiçoado, sendo que o agrupamento dos seres vivos passou a ser feito segundo uma ordenação filogenética (do grego phile = ordem, série; genesis = criação), ou seja, de acordo com o grau de parentesco entre eles.
A Sistemática de Linnaeus
Considera-se, para efeito de classificação, que a afinidade entre os diversos organismos é tanto maior quanto mais próximos estiverem de um mesmo ancestral, evolutivamente. Assim, espécies de um mesmo gênero possuem mais características comuns, assim como os gêneros de uma mesma família, e assim por diante. Esse sistema natural utiliza o maior número possível de dados, obtidos, entre outros, da morfologia externa e interna, fisiologia, ecologia e análise dos cromossomos, levando-se em conta, também, os eventuais resultados de estudos de fósseis.
Assim, podemos definir espécie – unidade básica do sistema de classificação – como sendo um agrupamento de indivíduos semelhantes e procedentes de um ancestral comum que, pela seleção natural, sob a influência do meio ambiente, adquiriu características próprias que o diferenciam de todos os demais seres vivos, sendo que tal conceito de espécie é confirmado na prática pela possibilidade de reprodução sexuada entre os indivíduos que dela fazem parte.
Na nomenclatura dos seres vivos, escolheu-se utilizar uma língua já extinta – o latim– tanto para escrita como para a pronúncia, sendo que para cada categoria sistemática entre Divisão (Filo) e Família há um sufixo latino característico (havendo exceções). Categorias intermediárias também são utilizadas para indicar com maior exatidão a filogenia.
Para a designação da espécie, ficou convencionado o uso de nome binário, em caracteres grifados – negrito ou itálico – se impresso, ou sublinhado, se manuscrito, o primeiro relativo ao gênero – palavra única, no nominativo singular, com a primeira letra maiúscula e as demais minúsculas – e o segundo a espécie propriamente dita – palavra simples ou composta, gramaticalmente concordante com o nome genérico, e com todas as letras minúsculas – havendo, ainda a possibilidade da existência de um terceiro nome, precedido de um termo às vezes abreviado, que poderá indicar variações intra-especificais, que em Botânica recebem o nome de subespécie (ssp.), variedade (var.) e forma. Exemplificando: Rorippa nasturtium-aquaticum;
Sagittaria subulata
var. kurziana; Vallisneria spiralis forma nana.
Quando se quer referir a uma espécie ainda não totalmente classificada ou simplesmente desconhecida, da qual só se conhecesse o gênero, usa-se o primeiro nome seguido de "sp.": Echinodorus sp.; de maneira semelhante, refere-se ao nome de subespécie desconhecida, acrescentando-se "ssp.".
Muitas vezes, os nomes referem-se a alguma característica marcante (morfológica, fisiológica, ou ecológica), região ou localidade onde a espécie foi encontrada, ou pessoa que se queira homenagear. E tudo isso em latim, é claro.
Em trabalhos científicos e folhas de herbário é obrigatória indicação do nome – inteiro ou abreviado – da pessoa que fez a classificação pela primeira vez. Quando são duas, usa-se a conjunção latina "et" entre seus nomes. Caso a espécie seja reclassificada, passando de um gênero para outro, coloca-se o nome do autor ou autores da primeira classificação entre parênteses, seguido do nome da pessoa (ou pessoas) que fez a reclassificação. Por exemplo: Schott classificou certa espécie de planta como sendo Cryptocoryne gomezzi, sendo que, futuramente, Bogner e Jacobsen a reclassificaram como Lagenandra gomezzi; assim, de acordo com as convenções científicas, Cryptocoryne gomezzi Schott passou a se chamar Lagenandra gomezzi (Schott) Bogner et Jacobsen. Há ainda outras regras para alterações de nomes, que devido a pouca utilidade para nós, amadores, serão omitidas. Por comodidade, usaremos os nomes científicos de forma mais simplificada.
Em Botânica, são as seguintes as categorias sistemáticas, em escala descendente, com os respectivos sufixos mais usados, para o caso das algas e cormófitas (vegetais com raízes, caule e folhas):
Categoria
Sistemática
Sufixos
Algas
Cormófitas
Divisão
-phyta
-phyta
Subdivisão
-phytina
-phytina
Classe
-phyceae
-opsida
Subclasse
-phycidae
-idae
Ordem
-ales
-ales
Subordem
-inae
-inae
Família
-aceae
-aceae
Subfamília
-oidea
-oidea
Tribo
-eae
-eae
Subtribo
-ineae
-ineae
A seguir, apresentamos uma tabela com a classificação simplificada das principais plantas de aquário (ou melhor dizendo: plantas hidrófilas) conhecidas, com as divisões, famílias e os principais gêneros, lembrando que as condições de pH, dureza, luz, temperatura, exigências quanto ao substrato, etc., via de regra costumam ser semelhantes entre as mais próximas na hierarquia de parentesco:
DIVISÃO
FAMÍLIA
GÊNERO
Tipo predominante das espécies (*)
CHAROPHYTA

(algas pluricelulares)
Characeae
Nitella
Aquáticas obrigatórias.
BHYOPHYTA

(Musgos e hepáticas)
Ricciaceae
Riccia
Flutuantes e submersas.
Hypnaceae
Vesicularia
Anfíbias.
Pallaviciniaceae
Symphyogyna
Anfíbias
PTERIDOPHYTA

(Samambaias, avencas, licopódios)
Isoetaceae
Isoetes
Aquáticas e anfíbias.
Acrostichaceae
Acrosticum
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Azollaceae
Azolla
Flutuantes.
Ceratopteridaceae
Ceratopteris
Anfíbias.
Marsileaceae
Marsilea
Anfíbias.
Pilularia
Anfíbias.
Polypodiaceae
Bolbitis
Anfíbias.
Microsorium
Anfíbias
Salviniaceae
Salvinia
Flutuantes.
SPERMATOPHYTA

(Plantas superiores)
Acanthaceae
Hygrophila
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Alismataceae
Echinodorus
Aquáticas obrigatórias, palustres, adaptáveis ao meio
aquático e anfíbias.
Sagittaria
Aquáticas obrigatórias e aquáticas com folhas flutuantes.
Amaranthaceae
Alternanthera
Aquáticas obrigatórias e anfíbias.
Amaryllidaceae
Crinum
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Apiaceae
Hydrocotyle
Aquáticas com folhas flutuantes e anfíbias.
Lilaeopsis
Anfíbias.
Aponogetonaceae
Aponogeton
Aquáticas obrigatórias e aquáticas com folhas flutuantes.
Araceae
Anthurium
Anfíbias.
Acorus
Anfíbias
Anubias
Anfíbias.
Crytocoryne
Palustres adaptáveis ao meio aquático, aquáticas
obrigatórias e anfíbias.
Lagenandra
Palustres adaptáveis ao meio aquático e anfíbias.
Pistia
Flutuantes.
Spathiphyllum
Anfíbias.
Syngonium
Anfíbias.
Barclayaceae
Barclaya
Aquáticas obrigatórias.
Brassicaceae
Cardamine
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Rorippa
Aquáticas obrigatórias.
Cabombaceae
Cabomba
Aquáticas com folhas flutuantes.
Callitrichaceae
Callitriche
Palustres adaptáveis ao meio aquático e aquáticas
obrigatórias.
Ceratophyllaceae
Ceratophyllum
Aquáticas obrigatórias.
Crassulaceae
Crassula
Anfíbias.
Cyperaceae
Cyperus
Anfíbias.
Eleocharis
Anfíbias.
Eriocaulaceae
Eriocaulon
Anfíbias.
Euphorbiaceae
Phyllanthus
Flutuante.
Haloragaceae
Myriophyllum
Palustres adaptáveis ao meio aquático, e aquáticas
obrigatórias.
Proserpinaca
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Hydrocharitaceae
Blyxa
Aquáticas obrigatórias.
Egeria
Aquáticas obrigatórias.
Hydrilla
Aquáticas obrigatórias.
Lagarosiphon
Aquáticas obrigatórias.
Limnobium
Flutuantes.
Ottelia
Aquáticas obrigatórias.
Vallisneria
Aquáticas obrigatórias.
Lamiaceae
Hyptis
Anfíbias.
Lemnaceae
Lemna
Flutuantes.
Pseudowolffia
Flutuantes.
Spirodela
Flutuantes.
Wolffia
Flutuantes.
Wolffiella
Flutuantes.
Wolffiopsis
Flutuantes.
Lentibulariaceae
Utricularia
Aquáticas obrigatórias e flutuantes.
Lilaeaceae
Ophiopogon
Anfíbias.
Limnocharitaceae
Hydrocleys
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Lobeliaceae
Lobelia
Anfíbias.
Lythraceae
Ammania
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Didiplis
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Rotala
Palustres adaptáveis ao meio aquático e aquáticas
obrigatórias.
Mayacaceae
Mayaca
Palustres adaptáveis ao meio aquático e anfíbias.
Melastomaceae
Aciotis
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Menyanthaceae
Nymphoides
Aquáticas com folhas flutuantes.
Villarsia
Aquáticas com folhas flutuantes.
Najadaceae
Najas
Aquáticas obrigatórias.
Nymphaeaceae
Nuphar
Aquáticas obrigatórias e aquáticas com folhas flutuantes.
Nymphaea
Aquáticas com folhas flutuantes.
Onagraceae
Ludwigia
Palustres adaptáveis ao meio aquático e aquáticas
obrigatórias.
Plantaginaceae
Littorella
Aquáticas obrigatórias.
Podostemonaceae
Mourera
Aquáticas obrigatórias.
Polygonaceae
Polygonum
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Pontederiaceae
Eichhornia
Palustres adaptáveis ao meio aquático, anfíbias e
flutuantes.
Heteranthera
Palustres adaptáveis ao meio aquático e aquáticas com
folhas flutuantes.
Potamogetonaceae
Potamogeton
Aquáticas com folhas flutuantes.
Primulaceae
Hottonia
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Lysimachia
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Samolus
Anfíbias.
Saururaceae
Houttuynia
Anfíbias.
Saururus
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Scrophulariaceae
Bacopa
Palustres adaptáveis ao meio aquático e anfibias.
Glossostigma
Palustres adaptáveis ao meio aquático e aquáticas
obrigatórias.
Limnophila
Palustres adaptáveis ao meio aquático.
Micrantemum
Anfíbias.
Trapaceae
Trapa
Aquática com folhas flutuantes.